De onde tirei essa ideia de jejum digital?
Alguns dias antes da partida do papai para o colo de Deus e de Nossa Senhora, me lembro que numa tarde, com grandes esforços conseguimos tirá-lo da cama para uma cadeira de rodas e assim levá-lo à nossa sala de visitas.
Quando tudo estava ajustado, ou seja, o papai tranquilo e sereno ali sentado naquela cadeira bem confortável na nossa sala de visitas, eu disse:
- Vou ligar a televisão papai, assim o senhor se distrai um pouco... E qual foi a minha surpresa e susto quando ele respondeu, com firmeza:
- Não minha filha, não liga não esse aparelho de televisão!
Exatamente nesse momento, que levamos o papai para a sala, iniciava o programa, Bendita Hora da Rede Vida, oração do santo terço rezado pelo Padre Juarez de Castro, o qual ele não perdia por nada, era uma rotina diária de muitos anos...
- Por que, papai, o senhor não quer mais rezar o terço do Padre Juarez de Castro, o senhor não perdia essa reza do terço por nada!
Então ele respondeu:
- Minha filha, o tempo passou. Agora eu só vejo duas imagens se juntando na frente dos meus olhos.
- Que imagens são essas, papai?
- Uma do dia, do sol nascendo e a outra do mesmo sol se pondo e a noite chegando.
E ainda complementou as duas imagens que via numa única foto diante dos seus olhos:
- Minha filha, esses aparelhos, televisão, celular, todos ligados atrapalham a minha visão, pois tudo isso é pura ilusão e o meu tempo nessa terra já passou....
Tudo o que papai sentia e dizia era verdade, três dias depois ele partiu para o paraíso, tenho certeza absoluta que papai está no céu!
A minha fé, neste instante em que escrevo, cinco de agosto, às 6:22h da manhã é inteira, plena e verdadeira, pois terminarei o meu jejum digital na próxima quarta-feira, dia dez de agosto às 15h.
Nesta data e nessa hora, estarei ao vivo, lançando o meu novo livro “Jejum Digital”, um diário contando o dia após dia destes quarenta dias longe dos aparelhos digitais, sendo o celular, um deles.
Será no programa, Bendita Hora, da Rede Vida, oração do santo terço rezado pelo Padre Juarez de Castro. Louvado seja Deus!
Tereza Barreto
O que os leitores estão comentando sobre o livro Jejum Digital?
Tereza, o que escrever de seu último livro Jejum digital? Como já te disse, sou suspeita a comentar sobre, pois admiro muito seu estilo de escrita.
O modo de vida atual, advinda das tecnologias, modificaram radicalmente os nossos hábitos. Podemos dizer que após a Revolução Industrial, a inovação tecnológica é um fato marcante na história da humanidade e faz-se presente em nosso cotidiano.
Portanto, essa submissão tecnológica é vista de forma quase alienada nos jovens atuais, os quais já nasceram nesse meio digital, e nem imaginam o que é ficar longe de um celular, da internet ou de um simples controle remoto. Parece magica, tudo está diante de suas mãos.
É incontestável que a Revolução tecnológica, ajudou muito a humanidade, em várias áreas. Contudo, também trouxe consigo uma outra Revolução: a comportamental, fazendo com que nós nos distanciamos uns dos outros, mas principalmente de nós mesmos.
Assim, a minha análise do livro da Tereza, é também, um olhar para o que nos tornamos como indivíduos e como a tecnologia facilitou nossas vidas; o que fazíamos em horas podemos adiantar em minutos, mas isso nos tornou, de certa forma, escravos de uma sociedade líquida, como já dizia o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Nos tornamos ansiosos, queremos agilizar nossos compromissos e acabamos por esquecer do tempo, e assim mais um dia se vai...
Quem conhece a Tereza sabe que ela é uma mulher de atitude, nunca está parada, NUNCA, mal consigo imaginar o quão escrava ela foi da tecnologia, whatts, redes sociais, dentre outros...
Sua ausência, por um tempo, das redes sociais e seu relato sobre sua dependência, as angústias da abstinência é um grande exemplo sobre nossa sociedade atual. Passamos a viver em um mundo fictício, coberto de aparências, materialismo e consumismo.
A Tereza se tornou um exemplo a todos nós, mostrando que a distância dos meios tecnológicos, se não por um breve momento, e o olhar para o nosso interior, nos ajudaria a entender melhor quem realmente somos.
O livro é um diário, sentimos como se estivéssemos vivenciando junto a ela suas experiências, desde a abstinência da internet, suas dores sentimentais, as quais aparecem no momento de solidão, e aos momentos de felicidade, juntamente à algumas recordações. Por fim, acredito que a Tereza fez uma jornada maior que o jejum, fez o encontro consigo mesma.Albinella
A simplicidade e a clareza com que Tereza relata seus dias de "Jejum Digital" me tocaram profundamente, provocando uma série de reflexões sobre o quanto, em geral, deixamos de ver e vivenciar esse mundo tão belo em que vivemos, enquanto focamos nossos olhos tão atentamente a esses aparelhos eletrônicos com suas mídias que nos hipnotizam com falsas ilusões de muitos amigos distantes e intangíveis, urgências e futilidades sem fim. Horas observando o que poderia ser e deixando o que está bem ali, ao nosso ladinho passar.
Passei a reduzir gradativamente o acesso à redes sociais, ler mais e ver amigos com maior frequência, reservar um tempo para sonhar os meus sonhos e não aqueles que ficam rodando à minha frente, sem nenhum sentido, já que não me pertencem.
Recomendo a leitura atenta e minuciosa de cada trecho, buscando explorar junto com a autora cada um de seus próprios sentidos e reavivar seus próprios sentimentos e lembranças.Lúcia Massucatto
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R$ 45,00Preço
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